sábado, 13 de março de 2010

O efeito perverso das mulheres independentes

Aos meus amigos (homens)!

Elas mudaram! Imaginem o seguinte cenário: 4 mulheres, na casa dos trinta que se juntam para jantar em comemoração do aniversário de uma delas. 4 mulheres, com a sua carreira profissional e, por isso, independentes financeiramente. Todas com um estilo de vida invejável nos dias de hoje: ocupam o seu tempo a trabalhar, a viajar, a cuidar de si, a promover a sua rede de contactos, a despender tempo com os seus amigos e familiares. Atentas a tudo o que é novidade, boas ouvintes e interessadas pelos temas da actualidade. Enfim, mulheres modernas. Interessantes, eu diria..

Neste jantar delicioso, com temas variados em cima da mesa, descobrem que dificilmente poderão vir, com o passar do tempo, abdicar não só do seu espaço, como também do seu tempo em relações ou experiências supérfluas ou instáveis. Valorizam cada vez mais o sentimento de posse, de exigência e domínio em relação a tudo o que conquistam e não estão dispostas a abdicar disso. Elas não são dominadas, elas dominam. :)

Quase que me arriscaria a afirmar que se trata de uma geração que sofre, pois participa num processo de mudança cultural (no que diz respeito ao papel da mulher na sociedade), onde o futuro e o seu lugar/papel ainda não está totalmente definido e o passado que já não se coaduna com a realidade e necessidades actuais. Deixamos para trás a história com que todas crescemos da Gata Boralheira (" e viveram felizes para sempre"), para uma nova história onde os príncipes poderão se vários e em qualquer altura se transformam em sapos e partem... ou fazêmo-los partir!

Interessante que a conquista da nossa independência financeira e emocional, permitindo cada vez mais a nós mulheres gerirmos e estarmos na nossa vida de uma forma muita mais determinada, participativa, empenhada e acima de tudo mais virada para a nossa auto-estima, traz por outro lado consigo também o peso da incerteza, da dúvida, das zonas cinzentas e, por vezes, sofridas.

Continuamos eternamente românticas e à espera de um dia podermos vir a ter a nossa alma gémea … mesmo que sujeita ao nosso egocentrismo e necessidade de independência a toda a hora..

Sem comentários:

Enviar um comentário