domingo, 13 de dezembro de 2009


Felicidade procura-se?

Engraçado, passaram-se anos da minha vida e se me perguntassem, até ontem, se era feliz, a resposta imediata teria sido: “Não sei”.

Ao debruçar-me sobre esta questão, encontrei um mundo de motivos que fundamenta a minha incerteza: as viagens de sonho que ainda não concretizei, a minha profissão de sonho que um dia há-de chegar, a família que não tenho, os amigos que longe se encontram, a casa de sonho, entre muitos outros pequenos desejos.

Tudo mudou hoje ao sentar-me no meu terraço. Percebi que afinal até era feliz. Por momentos vivi uma sensação de plenitude que até me atreveria a chamar de felicidade. Ou talvez um rasgo de felicidade…não sei. Um momento que me fez escrever este pequeno texto, porque percebi que afinal a vida dá-me o privilégio de viver momentos que me preenchem enquanto pessoa. E isso sim, mostrou-se o mais importante para mim.

Vivemos actualmente num tempo futuro e num tempo passado durante o nosso dia-a-dia. Nunca no registo do presente. Preocupados em conquistar o que não temos, ou a conquistar um pouco mais do que já possuímos. Preocupados pelo passado em relação ao que nos deu ou não nos deu. De facto, assim torna-se bem mais difícil pensar na felicidade ou em ser feliz, porque falta sempre alguma coisa para nos completar.

Continuam a ser poucos os momentos que nos fazem parar, sentir e perceber que afinal até somos felizes através daquilo que nunca pedimos: aqueles pequenos momentos que na nossa memória ficam para sempre. A tarde de praia com um pôr-do-sol inesquecível, uma caneca de café e sentada num terraço rodeada de silêncio e muita luz, o amanhecer de um dia repleto de sol num local paradisíaco. Tudo isto e tantos outros momentos que ficam em nós registados, pois foram momentos únicos, onde o que prevaleceu foi o nosso eu interior.

Então e que tal aumentar na nossa vida esses momentos? Talvez assim a felicidade seja algo que se deixe de procurar porque já faz parte de nós…

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